O cão preto

Esta é a capa do meu livro, que estará impresso em fevereiro de 2018. Leiam uma parte do conto que dá título ao livro:

Quando Mário entregou a xícara de café a Laura, o cão lambia as pernas da dona:pernas com várias marcas arroxeadas.
- Café bom, aprendeu a fazer com sua mulher?
- Aprendi vendo minha mãe fazer.
- E quem deixa sua casa tão arrumada, hein?
- Eu mesmo.
- Humm. Tenho que ir embora! Paulo, meu marido, deve estar brabo! Venha Preto! - mas o cachorro não obedeceu à dona. 
Levantou-se, seu olhar vagueou, como se à procura de algo, suas mãos se agarraram umas às outras.
Quando saiu da casa chamando Preto, o cachorro ficou. Ela foi embora sozinha, olhando de um lado para o outro.
À noite Laura voltou:
- Seu Mário, me ajude! Paulo quer me matar!

 

Prefácio de Verônica Saiki

Flutua sobre as palavras quem vai de encontro aos poderosos contos de Jackson Franco, que fazem a mente divagar em cenas cinematográficas onde o cotidiano de ‘Marias e Josés’ fervem em acontecimentos, momentos vividos no tempero de ‘tapas e beijos', paranoias e artimanhas, idas e vindas, tudo conjunto a pais, filhos, netos, dentre outros, que envolvem e provocam o tempo todo o leitor.

É difícil não se deixar perder dentre as nuances da paisagem nordestina que tanto marca, e nos envolve com trejeitos, linguagem e expressões idiomáticas.
Mas se engana quem acha que as pessoas de Jackson não percorrem lugares distantes daquelas usinas de açúcar... Um pé em São Paulo outro no Japão quem sabe? Só sei que as aventuras humanas aqui contadas, vão muito além do ponto final... Boa viagem!

Verônica Saiki 

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